quinta-feira, 26 de junho de 2008

Velharia

Agora eu mexo com tudo que é velho, com as historias e estórias e em cada estória tem sua historia, mas oras tudo no final tem. Mexendo no mais de seiscentos livros que meu pai tem, achei um caderno do terceiro ano do meu irmão, a capa é o Taz Mania e tem rabiscado IRA de vermelho bem grande e alguns nomes de meninas, é essa mania de mulher escrever em caderno dos meninos acho que vem desde sempre. Na contracapa tem uns versos reescritos por ele, um do bussunda que fala de como a mulher se preocupa com o corpo e de como os homens gostam que elas se preocupem e de como o homem não se preocupa com o dele(Ok, hoje em dia tem muito homem mais vaidoso que muita mulher), tem umas frases sem autor, mas tem um, um que é o maior de todos, ocupa boa parte da página que é um importante que mostra muito a minha família, há onze anos quando meu irmão leu este, ele teve a noção exatamente pela influencia do meu pai, homem presente na medida da sua presença, com todos os seus livros e conhecimentos. O poema é de Manuel Bandeira e diz assim :
“Se queres sentir a felicidade de amar
Esquece a tua alma
A alma é que estraga o amor
Só em Deus ela pode encontrar satisfação
Não em outra.
Só em Deus ou fora do mundo
As almas são incomunicáveis
Deixa o teu corpo entender-se
Com outro corpo.
Porque os corpos se entendem,
As almas não.”
O que mais me agrada em tudo isso, é que eu lembro desse caderno, meu irmão sempre andava com ele e foi o ultimo ano em que freqüentamos aquela escola, ele por ser seu ultimo ano e eu porque a greve tava complicando demais.
No ano seguinte, eu já estava naquele colégio marrom e fechado, sem falar com ninguém, meu motorista foi me buscar ouvindo o rádio e pedindo pra fazer silencio, chegamos na garagem ele não deixou eu subir, de repente eu escutei o nome do meu irmão e começou uma gritaria, subi e encontrei esse caderno e fiquei revirando ele como já tinha feito tantas vezes, uns minutos depois minha mãe estava dando banho no meu irmão que mal conseguia falar mas com todos rindo muito.
Naquele dia, eu descobri que meu irmão tava crescendo, que a minha irmã daqui a poucos anos ia passar por isso e que eu, eu só tava revirando as coisas.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Descomplicando.

As coisas são complicadas demais ou a gente complica demais? E ai, qual é o papo da vida? Na real, tá ligado? È, pode ser que elas sejam faceis e a gente complica, ou o contrario, posso ficar nessa até acabar o espaço e cada um vai continuar com a sua opnião. Mas uma coisa é certa: tem gente que complica mais que o necessario. Um amigo com todas as suas complicações me disse que ele é assim, que tudo é dificil, afinal ele é poeta. Fiquei pensando nisso por muito tempo, na verdade que isso tem, de como os poetas são complicados pra mim, de como aqueles poemas e poesias eram tão maravilhosos mas os poetas em sí, eu nunca quis ter pra mim, aquele desejo que normalmente se tem. Pra mim não, eu sempre soube disso mas nunca soube o porque e hoje depois de pensar nisto, eu descobri que não quero os que pensam demais no que escrever, no que fazer, no que dizer, é eu quero os que fazem, gritam e dizem.
Que maravilha é aquele ato feito na hora, que te surpreende, aquele feito simplesmente e puramente pelo instinto, que faz sem culpa, sem depois, é aquele momento, é aquele sentimento e ali, ah depois dali não existe mais nada.
É escrevam seus poemas, suas musicas, suas poesias, eu vou viver minha vida e vou continuar acreditando que tudo tem seu lado bom, até os poetas e suas complicações.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Engraçado, mas ultimamente tudo que eu falo/escrevo quero começar a frase com "engraçado". Deve ser porque as coisas tem sido bem engraçadas pra mim ultimamente, tudo o que eu faço é engraçado e o que os outros fazem é mais engraçado ainda, não consigo levar a sério nem um sentimento que a alguns meses atrás era a coisa mais séria que podia existir. Ta, levar as coisas a sério nunca foi meu forte, mas dessa vez é diferente, agora até as minhas obrigações viraram brincadeira e ainda não descobri se isso é bom ou ruim, mas eu não vou perder meu tempo tentando descobrir isso porque chegar nessa conclusão não vai me levar a nada.
Certo alguém chegou e me disse: “cuidado, que brincando pode chegar em alguma coisa séria e alguém pode se machucar!” Ah, fala sério (toda vez que falo isso sinto meus dezenoves anos com tudo)! Tudo o que eu faço são pequenas coisas e mais, eu tenho escolhido bem as pessoas com que brincar, creio que to deixando bem claro a todos que a diversão é a única meta de tudo.
O caso é que tudo tem seu tempo, e que to nessa brincadeira e me divertindo muito com ela e tome cuidado, não leve o que eu digo e até escrevo a serio, se é que você entende.

domingo, 15 de junho de 2008

Não gosto de título.

Hoje eu resolvi ler todos os textos que eu escrevi e que eu ainda tenho e percebi como eu não me importo nem eu pouco em falar da minha vida e muito menos em ser um texto coeso e de como eles nunca chegam a lugar nenhum, na visão dos outros e somente na minha, quando eu escrevo não penso em nenhum momento em como ele vai terminar e sempre chego em uma conclusão que muitas vezes eu não sabia que existia e em alguns ficam só no papel mesmo(ta, eu ainda gosto de pegar lápis e papel, mas estamos no computador). Lendo alguns outros blogs, vi como as pessoas conseguem deixá-lo interessante a ponto de outro alguém ir e ler com interesse, o meu não é assim e nem faço questão de se transforme, como tudo na minha vida que eu quero que seja muito meu, deve ser por isso que perco tanto o meu tempo falando de mim. Um tempo eu cansei de escrever porque estava virando muito auto-suficiente, falava de mim mesma no papel e perdia aqueles momentos de conversas de horas e horas que você conhece o outro e acaba se conhecendo um pouco mais. Foram poucas as vezes que eu tive dessas conversas que logo depois eu me senti bem, há uns dias atrás eu estava conversando com dois amigos, que nem são tão amigos e tivemos uma dessas conversas, aquela de madrugada que quando a gente olha o tempo passou e tínhamos outras coisas pra fazer, não fiquei com aquele sentimento de que falei demais, falei o que não devia, agora eles sabem uma coisa minha e um dia vão usar contra mim ou do que eles iram pensar. Não sei se foi porque não falei muito, mas falei tudo o que eu queria e me senti bem, me senti bem de realmente não me importar com absolutamente nada do que eles vão pensar e isso é difícil pra mim, não que eu me importe com que os outros pensem, eu me importo com o que os meus pensem, os meus não são os outros, eles são meus e o que eles pensam querendo ou não me importa. São tão poucas as pessoas que me fazem sentir segura de poder falar absolutamente qualquer coisa e me sinta bem, que quando eu consigo pelo menos por uma noite com alguém que não sejam estas certas eu fico até sem saber o que fazer, na verdade eu nunca sei o que fazer e em alguns casos quando não tenho nada a perder nem penso e faço por instinto e falando no meu instinto ele já me sacaneou muitas vezes esse filha da puta, mas ele já me divertiu inúmeras outras. Égua, o texto já ta sem pé nem cabeça, mas é assim né, como tudo o que eu faço e para os outros isso pode ser ruim, mas como eu me divirto comigo mesma olha...

È, agora eu você pode estar lendo isso e eu vou estar me debatendo e relendo ele inúmeras vezes pra descobrir se eu me senti bem ou não com isso.

Quem mais?

tudo o que fui e tudo que vou ser,