terça-feira, 7 de abril de 2009

Sempre de carona

Alguém ir me deixar em casa e simplesmente não cortar o assunto no meio só porque já estamos debaixo do meu prédio, ficar horas lá falando tudo o que vier na cabeça porque parece que já tem que ir embora, o tempo é curto então não da pra pensar muito no que vai dizer. O assunto continua, porque é tão interessante a forma que as palavras vão saindo um do outro que parece que o relógio ta andando mais rápido e de repente já é de manhã e eu tenho que subir. Eu nunca quero subir. De preferência nem dormir, ficar lá horas e horas nessa conversa sobre qualquer coisa ou até tudo da vida que nem se percebe, que de repente encosta a cabeça no banco e não sabes mais nem o que falastes ou se faz sentido algum, mas sempre tem a hora de dar tchau. Sempre dou aquele tchau rápido, às vezes nem olho pra pessoa porque é como se meu coração estivesse partindo com aquele tchau e ainda mais junto com todo o cansaço que já tem de tanto falar e até do dia anterior. Se for uma pessoa próxima, não quero olhar e sempre digo até amanhã, mesmo que eu saiba que a gente não vai se ver, mas é pela proximidade mesmo, é por ser parte de todos os meus dias mesmo sem ver. Se for alguém que não conheço tanto, a despedida ainda é pior, quero sair correndo do carro, tropeço e não consigo olhar para trás de jeito algum, é como se alguma coisa puxasse pra voltar e querer conhecer a pessoa ainda mais, mas eu nunca consigo pedir pra ficar mais um pouco.
Entro no prédio, falo com o porteiro com uma certa vergonha, será que ele acha que sou uma puta que todo dia chega num carro diferente e fica horas lá dentro transando e pobre ainda por cima né, não tem dinheiro nem pro drive in, mas eu logo me olho no espelho do elevador e esqueço tudo isso. Fico paralisada olhando para meu reflexo com cara de ontem, normalmente querendo fazer xixi e agoniada. Abro a porta, e sento na privada, sai muito xixi, às vezes eu acho que minha bexiga é muito pequena porque qualquer coisa que eu bebo me da vontade de enfim, quando eu sento na privada é quando eu tento relembrar de toda essa conversa, às vezes começo a rir da capacidade de besteira que eu digo e como alguém consegue me ouvir de tanta coisa nada a ver que digo e faço. Vou para minha cama, minha cabeça gira, não consigo dormir por mais cansada que eu esteja.
O tempo pára, mas pára mesmo, como se o relógio da minha casa funcionasse a cada cinco minutos e passando somente um, não aguento minha cama, leio minhas coisas que já estão ficando repetitivas, entro na Internet e nunca tem nada interessante, nada na televisão consegue prender minha atenção por mais de dez minutos e eu me transporto de volta pro carro seja lá de quem era, lá o tempo vale a pena.
Meu terapeuta tem que ter carro.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

people are better then no people

-"They are my people, people make you going. People are better then no people."

-"She's fine. Your friend is just fine, no thanks to any of you. Tomorrow, do better!"

-"Maybe we have to get a little messed up, before we can step up."

Um dia eu escrevo sobre exatamente isso. Três frases que podem se juntar e dizer muita coisa que eu penso. Muita.

Quem mais?

tudo o que fui e tudo que vou ser,