domingo, 30 de novembro de 2008

vicio

Saiu de casa as oito da manhã como fazia todos os dias, até no domingo quando não precisava, mas fazia pelo costume, atravessou a rua e foi na padaria comprar um pão, tomar o café bem preto e comprar a carteira de cigarros do dia, sempre o mesmo cigarro, as vezes no domingo comprava um diferente porque já não tinha o usual, só que nesse domingo nenhum de suas outras opções estavam lá, o light que era sempre sua primeira opção tinha acabado, o azul, que era sempre sua segunda opção estava em falta, existia algumas outras mas ou não havia dinheiro ou eram insuportáveis, e sim apesar de ser fumante a mais de dez anos, tinha certas frescuras em jeitos de destruir o pulmão. Passou horas na frente da vendedora sem saber o que fazer, de repente era como não tivesse chão, as duas opções as quais ela estava tão acostumada a dividir não estavam ali e isso era maior, um vicio que fazia parte do dia a dia, pegar aquela carteira de cigarro e se não existisse uma, tinha a outra, ainda mais porque antes que d'aquela que, hoje era a segunda opção um dia foi a primeira, então era simples trocar uma pela outra. Demorou um tempo, escolheu aquele que os amigos escolhem, que volta e meia aparece na frente e vira, só tenho Carlton e naquela fissura por um cigarro, da um sorriso meia boca e fala “ta, serve!” mas que ainda fica pensando que podia ter parado no meio do caminho e comprado uma carteira de Malboro.
Pegou a carteira e foi pra casa, ficou meia hora olhando para o cigarro entre seus dedos, ela queria muito fumá-lo, mas sabia que não era aquele e que quando acendesse não ia sentir o que estava esperando, ficou naquela ansiedade e de repente prendeu a atenção no telefone com a amiga e o acendeu sem perceber, fumou até a metade e foi quando percebeu o que estava fazendo, sentiu o gosto ruim descer a garganta de um jeito quase que insuportável, mas tinha alguma coisa maior que não a deixava apagá-lo, foi tragando aos poucos cada fumaça, e a cada puxada só conseguia pensar que podia ter andando mais um quarteirão e comprar o que queria, a preguiça fazia cada cigarro ir mais rápido, quando deu por si, havia somente um cigarro dentro daquele maço, acendeu deu duas tragadas, apagou e saiu correndo, andou o quarteirão a mais e comprou duas carteiras, uma de malboro light e uma de malboro azul, voltou para aqueles dois, fumou cada cigarro de ambas as carteiras, alternadamente, no ultimo de cada um, acendeu os dois e deixou apagar sozinhos e desde então optou por parar de fumar.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

e só me vem quando não ha certeza
(...)
e me atinge da melhor maneira
(...)
você sorri movendo quase nada

Ainda teimo que não sou pra isso

domingo, 9 de novembro de 2008

Em um momento ela esta agachada sob sua mesa em seu escritório de advocacia paralisada pela depressão, no seguinte esta empinando pipas á beira de um penhasco sob uma violenta tempestade. Outro momento ela esta tomando uma dose excessiva de analgésicos em qualquer bebida alcoólica que encontrar e depois perdidamente apaixonada. Esta sou eu, já falo na terceira pessoa porque nem sei mais como me dizer.
Vivo com duas pessoas dentro da minha cabeça e qualquer momento uma delas pode se manifestar. Dei-lhes até nomes, fica mais fácil para explicar as pessoas e até a mim mesma.
Uma é Magda que faz alusão á força e a convicção, preocupa-se com valores éticos e morais, mostra solidariedade para com aqueles que necessitam em qualquer oportunidade, sempre forçando e co exagero e acreditando em qualquer coisa e qualquer um. A outra é Malvina, que gosta de disputar, idealista e determinada, nada a faz desistir quando se propõem a conseguir algo, o caso é que os seus desejos são sempre absurdos e sempre acabam mal.
Magda: -Não necessito pisar em ninguém, muitas vezes durante o caminho aprendo muito mais que ganhando, pisar nos freios pode ser muito mais excitante que ganhar a corrida.
Malvina: - Dizes isso, pois és fraca você é o que você quer, não importa os danos eu gosto é das conseqüências finais.
Magda: E sempre acabamos no fundo do poço por alguém, mas isso não me importa, eu continuo sem precisar de nada.
Malvina: Acorda pro mundo ao redor, aqui ninguém presta, eu preciso de ajuda e não ninguém que possa me dar.

De repente são duas pessoas que já conversam entre si e eu não tenho controle, depois de desprezar pessoas e também parar no fundo do poço por outras e me destruir aos poucos, comecei a compreender o que muito me recusei a admitir, estou mentalmente doente.

Quem mais?

tudo o que fui e tudo que vou ser,