segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

não sou eu,

Repete as mesmas coisas muitas vezes, muitas mesmo ainda mais se estiver muito feliz ou triste com isso, achava as vezes que era pra ver se acreditava mais. Achava. Tem dificuldade em aproveitar o tempo quando é alguma coisa prazerosa que esta fazendo, começa a pensar como é que vai se sentir quando ele passar, como vai ser a lembrança dele e de repente ele acaba, já com as doloridas aproveita cada dor e cada segundo e nem passa na sua cabeça quando vai acabar e só consegue pensar na dor, esse tempo é tartaruga.
Há dois dias alguma coisa a fez aproveitar o tempo, aproveitar a chegada, a procura de saber se estava lá, o nervosismo, a tentativa de acalmar os olhos, chegar perto sorrir com uma calma, abraçar aquele abraço com todos os braços aqueles milhões de abraços que hão de ser milhões de abraços apertado assim, colado assim, calado assim que nem Vinicius, abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim, se soltar e uma mão passear na outra como se não quisesse soltar e ficar preso em apenas um dedo, a tentativa de falar com outras pessoas e parecer tudo bem enquanto na verdade todo mundo podia sumir e saber que é recíproco por já ter sido dito e se olhar e rir sabendo o porquê de cada ação, o ciúme dessas tentativas e depois a mão quase que despercebida pra mostrar que foi mais uma tentativa em vão, a percepção de uma talvez ida e a busca, o pedido e este atendido, aquela frase de ‘só tu mesmo’ que faz aquele sorrisinho aparecer e suspirar, a calçada, o tênis, a caminhada, aquela coisa que nem sabe por que ta fazendo, a van, o vento, o sono, as historias antigas, aquelas besteiras que a gente não conta pra ninguém porque tem vergonha mas quando percebe ta saindo, aquela que tinha vergonha até de pensar e quando viu já tava contando e se sentiu bem em falar, quem entrou, quem saiu, sapato na tua mão eu pago pra ti, internas muito internas de fazer a barriga doer e ninguém entender, nenhum dos dois conseguir parar de falar, a caminhada, a cama, o cheiro, cachorro latindo lá em cima, a conversa que ninguém conseguiu acompanhar e o respeito, que depois de muita porrada, conseguiram alcançar nas diferenças. O deitar e guardar o espaço dela, o sono e depois o ir embora, ir embora com cara, roupa e tudo de ontem, com aquela blusa pra tentar disfarçar, o pé descalço, o cansaço e um tchau, até um dia a gente se vê talvez quem sabe. Voltou pra casa feliz, por esses dois passados dias se sentiu bem, até perceber a falta que aquilo faria que mesmo com uma freqüência baixa, Ela sabia que existia e agora a próxima vez estava naquele distante de nem saber quando.
Ela seguiu sua vida, falando às vezes ainda sentia seu cheiro, mesmo depois de sete anos sem vê-lo, mas era como ele estivesse ali e ela naqueles braços de novo e a aquela sensação de segurança que nunca sentiria em outros braços, mesmo sabendo que nunca um seria do outro.

2 comentários:

Maurício disse...

por mais que não goste de tudo isso e entenda que há algo ai dentro que eu não entendo, ta bonito, bem bonito.

Tomaz Penner disse...

Luana, os seus olhos fundos guardam tanto amor; o amor de todo esse mundo. E os seus olhos tristes guardam tanta dor, a dor que já não existe.

Quem mais?

tudo o que fui e tudo que vou ser,